quarta-feira, 23 de setembro de 2009

DE OLHOS BEM FECHADOS

A partir do momento em que as vendas cobrem os olhos e trazem a escuridão, começa uma jornada que une espectador e ator numa viagem que amplia de forma radical os limites do teatro e o ofício do ator. É isso o que propõem as diretoras Giovana Soar e Nadja Naira no novo espetáculo da companhia brasileira de teatro, “A Viagem”, no Novelas Curitibanas. Nele, o elemento visual é descartado com a intenção deliberada de trazer para a linha de frente a palavra e também características como a sonoridade, o tato e, principalmente, a cumplicidade com o espectador. Pelo palco do Novelas, e também por diversas outras dependências do casarão histórico, como o subsolo e o andar superior, dez atores vão conduzir dez espectadores por esta viagem. Para tanto, logo no início de cada sessão, vendas serão dadas para o público que passa a ser guiado num itinerário de emoções, sensações e experiências num contato sempre muito próximo: cada ator conduzirá o mesmo espectador do início ao final das histórias que vão narrar. Unidas pela mesma busca, 10 tramas distintas compõem a jornada e procuram estabelecer um novo lugar de comunicação com o público, um novo olhar para “enxergar” o ator, mesmo que seja de olhos vendados. A tentativa de tirar do teatro o que ele tem de visual (e ordinário, no sentido literal) e ampliar seus códigos e seu acesso ao espectador, faz com que o teatro amplie sua possibilidade de comunicação. No percurso desta viagem, que leva 45 minutos, o espectador torna-se também coadjuvante, vivenciando e partilhando expectativas e emoções desta narrativa. Guiado sempre com as vendas nos olhos, é convidado, por exemplo, a vasculhar gavetas, ajudar a procurar itens, manusear objetos, enfim, a interagir com situações propostas pelo ator que o guia. “Para acontecer efetivamente, o espetáculo traz o desafio de conquistar a confiança do espectador e conduzi-lo através do universo de cada história”, explica Nadja Naira, que divide a direção do espetáculo com Giovana Soar.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

confere.

Como sempre, o Duda frango está certo.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

confere?

Oi, Tripulantes!! Sabe o que o Duda Frango falou? Que no belo e oportuno texto do Caeiro, postado abaixo, na décima-segunda linha ao invés de "Mas de Deus..." é "Mas se Deus..." Confere? A gente perguntou para a Santa Bárbara Elizabeth, mas ela tava dormindo e nem abriu a portinha da capelinha para falar com a gente!! Sei não, a gente tá achando ela meio estrelona ultimamente...Bjs do Arthurrrr.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Seguindo A Viagem, aprendendo a ver.

(...)
Não acredito em Deus porque nunca o vi.
Se ele quisesse que eu acreditasse nele,
Sem dúvida que viria falar comigo
E entraria pela minha porta dentro
Dizendo-me, Aqui estou!
(...)
Mas se Deus é as flores e as árvores
E os montes e sol e o luar,
Então acredito nele,
Então acredito nele a toda hora,
E a minha vida é toda uma oração e uma missa,
E uma comunhão com os olhos e pelos ouvidos.
Mas de Deus é as árvores e as flores
E os montes e o luar e o sol,
Para que lhe chamo eu Deus?
(...)
O que nós vemos das coisas são as coisas.
Por que veríamos nós uma coisa se houvesse outra?
Por que é que ver e ouvir seria iludirmo-nos
Se ver e ouvir são ver e ouvir?

O essencial á saber ver,
Saber ver sem estar a pensar,
Saber ver quando se vê,
E nem pensar quando se vê,
Nem ver quando se pensa. (...)

Alberto Caeiro

terça-feira, 11 de agosto de 2009

A Vida


Todos nós temos uma boa história pra contar...

A vida nos proporciona experiências para
podermos compartilhar e aprender.

Sempre!

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

tradução

Se a Nadja pediu, tá pedido!! Uma tradução um tanto informal de Take this Waltz, do Leonard Cohen, ouvida pelos espectadores ao final de A Viagem. O Cohen inspirou-se num poema do Lorca para escrever esta letra. Abração do Paulo Alves.

Agora em Viena existem 10 mulheres bonitas
Há um ombro onde a morte vem chorar
Há um atrio com novecentas janelas
Há uma arvore onde as pombas vão morrer
Há um pedaço que foi arrancado da manhã e que está suspenso na Galeria Gelada
Ai, Ai, Ai, Ai
Aceite essa valsa, aceite essa valsa
Aceite essa valsa com a boca amordaçada
Oh eu desejo vc, eu desejo vc, eu desejo vc
Numa cadeira com uma revista morta
Numa gruta na ponta de um lírio
Em atalhos onde o amor nunca esteve
Numa cama onde a lua suou
Em um lamento preenchido com pegadas e areia
Ai, Ai, Ai, Ai
Aceite essa valsa, aceite essa valsa
E aceite a cintura quebrada dela em suas mãos
Essa valsa, essa valsa,essa valsa, essa valsa
Com o seu particular hálito de brandy e morte
Arrastando sua cauda no mar.
Há uma sala de concerto em Viena
Onde sua boca apresentou-se mil vezes
Existe um bar onde os meninos pararam de conversar
Eles foram condenados à morte pelo "blues"
Ah, mas quem é que escala seu retrato
Com uma guirlanda de lágrimas frescas?
Ai, Ai, Ai, Ai
Aceite essa valsa, aceite essa valsa
Aceite essa valsa que há anos vem morrendo
Existe um sotão onde crianças estão brincando
Onde eu tenho que deitar com vc em breve
Num sonho com lanternas húngaras
Na névoa de alguma tarde doce
E eu verei que vc acorrentou ao seu pesar
Todo seu rebanho e seus lírios de neve
Ai, Ai, Ai, Ai
Aceite essa valsa, aceite essa valsa
Com o seu "Eu nunca esquecerei de vc, vc sabe!"
Esta valsa, esta valsa, esta valsa, esta valsa ...
Eu dançarei com vc em Viena
Eu estarei vestindo um disfarce de rio
Um jacinto selvagem em meu ombro
Minha boca no orvalho de suas coxas
Eu enterrarei minha alma num livro de recados
Com as fotografias lá, e o musgo
E eu lançarei à cheia de sua beleza
Meu violino barato e minha cruz
E vc me arrastará para baixo com sua dança para as águas sustentadas por seu pulso
Oh meu amor oh meu amor
Aceite essa valsa, aceite essa valsa
É sua agora.
É tudo o que existe.

entregando os pontos...

Bem, companheiros, o que peço é compreensão! Diante de tantos comentários elogiosos estou a beira de me identificar, na expectativa de divulgar meu trabalho como animador de festas e assim ganhar algum por fora! Bjs do Arthurrrr, do Duda Frango e da Santa Bárbara Elizabeth.

Ficção verdadeira

Parabéns! Sucesso e saúde para vocês e a Cia brasileira. Fiquei lisonjeado em "assistir" ao espetáculo e brinco com isso pelo tudo que ele me fez ver. Vi e vi muita coisa mesmo. Pinceladas de Lewis Carroll e Barba. Repleto de um naturalismo fantástico. Daqueles que reproduzem fielmente não a realidade mas, a ilusão e a ficcção. Sendo a vida uma ilusão realista a mensagem que me fica é que vocês representam a essência humana, que não passa de uma ilusão, uma ficção verdadeira. Uma Viagem! Um teatro 5, não! Um teatro 10 estrelas! Muito Obrigado pelo teu carinho!
bjox
Anderson Carlos

Congratulações

Congratulações A Viagem, delícia, arrasaram, uhuuhuhuu.
Vida longa ao projeto!
Quero ir de novo, de novo, de novo.
Sacanagem!!!!!!

Sérgio Albach

Reflexões

Queridas Nadja , Giovana, e elenco.
Foi muito emocionante ter participado desta "Viagem". Obrigado pelo que me proporcionaram. Não sei dizer se é um espetáculo teatral mas de uma experiência sensivel, poética, e muito íntima. O que os olhos não vêm, o coração apreende ( uma referência) e, aos poucos fui me deixando conduzir tão cuidadosamente por aquelas mãos que me manipulavam com segurança e delicadeza.A história aos poucos foi "descortinando minha visão", e aquele espaço me parecia tão perto e tão longe (outra referência), tão minha e ao mesmo tempo tão do outro, fomos nos tornando solidários, cúmplices, íntimos. (...) Ficção e realidade se misturavam na dramaturgia. Houve momentos que a tentação de tirar a venda era forte pra ver tudo que estava acontecendo. Como artista interessou-me saber da construção deste trabalho, do espaço, da ambientação e tudo o mais. Curiosidade. Mas como não era esta a proposta, relaxava e continuava na "Viagem", e assim là nave vá....(mais uma referência). Gostei dos momentos de pausa. (...)
A arte do teatro, a arte em todas as suas manifestações, assim como a ciência, a história, a literatura, ou qualquer outro setor do conhecimento, só nos serve se nos ajuda a compreender O Nosso Estado de Permanência.
Abraço.
Laercio Ruffa

Viagem

Que viagem d e l i c i o s a.

domingo, 9 de agosto de 2009

Incenso fosse música

isso de querer
ser exatamente aquilo
que a gente é
ainda vai
nos levar além

"Leminski"